NÃO É O CASO...

NÃO É O CASO DE…


Alguns queridos estão me enviando este texto (http://www.ibab.com.br/ed090201.html) de autoria do Ed René Kivitz, que é sempre pertinente nas observações e criticas que faz ao cristianismo atual, praticado por esta chamada “igreja evangélica brasileira”, que na maioria das vezes apenas reverbera o que já vem acontecendo nos EUA e outros lugares. (Leia o texto para entender o que estou escrevendo abaixo.)


Penso que estão me enviando este texto para me por a par que há esperança para os “cristãos evangélicos”, visto que há instituições cristãs evangélicas que estão informando corretamente seus auditórios. De fato, me alegro sempre que leio e ouço falar que há um desconforto em quem prega o evangelho neste mercado religioso. Desconforto por conta do abismo que existe entre o evangelho de mercado e o EVANGELHO DO REINO.


Diante das informações dadas nos tópicos “VOCÊ SABIA?” e no “TRÊS COISAS EU SEI”, além do desconforto e encorajamento singelo de se voltar às Escrituras, especialmente ao Novo Testamento, não caberiam propostas mais contundentes?

Não é o caso de propor uma desmobilização geral deste sistema religião cristão evangélico vigente, seja ele lá qual for?
Não é o caso de iniciar um esvaziamento de toda e qualquer influencia de quem quer que seja, na leitura e interpretação das ESCRITURAS, isto é, devolver aos chamados leigos a responsabilidade de ler, avaliar, entender e aplicar as escrituras na vida?


Não é o caso de os lideres, que descobrem o que está relatado neste texto, isto é, que NOS DISTANCIAMOS TANTO DAS ESCRITURAS que o que está aí não tem nada a ver com ela, sim, fossem eles os precursores de uma DESMOBILIZAÇÃO RADICAL deste sistema religioso cristão evangélico, iniciando um processo de desestruturação do sistema?


Não é o caso de, para os que sabem tudo isto, estancar todos os processos de expansão de suas instituições religiosas, de modo que, pelo menos os que os ouvem, pudessem ser orientados a sair desta engrenagem demonizada que não tem mais nada a ver com a fé cristã?
Não é o caso de começar enxugar os orçamentos que normalmente são consumidos pela estrutura religiosa, e as demandas para manter a instituição religiosa em funcionamento?


Não é o caso de se estimular os devotos a não contribuírem com a manutenção e preservação de qualquer estrutura ou sistema religioso?
Não é o caso de iniciar uma jornada de oração, suplicando ao Eterno que as “instituições religiosas“ quebrem?


Não é o caso de desencadear campanhas para que deixem de contribuir com os “shows da fé” e este “circo gospel” que virou o “EVANGELHO” na televisão e rádios, de modo que seus “donos” (os donos destes shows e circos) não tenham como pagar a fatura no fim do mês e sejam obrigados a tirar estes programas do ar?


Não é o caso de desestimular todo e qualquer tipo de investimento em quinquilharias religiosas, sejam elas quais forem?
Não é o caso de se estimular a diluição das “MONTANHAS DE SAL” que se abrigam debaixo dos tetos frágeis dos templos religiosos, de modo que desapareçam no chão da vida, onde de fato suas qualidades, embora, não sejam vistas, mas, seriam percebidas na sociedade, por conta dos sabores que produziriam?


Não é o caso de desobrigar esse chamado povo de Deus quanto às suas obrigações com suas instituições religiosas, seja em presença e patrocínio?
Não é o caso de insistir e levar as ultimas conseqüências o sacerdócio universal de cada seguidor de Jesus, liberando-o para viver segundo sua própria consciência cativa ao Senhor, o Pai das luzes?


Não é o caso de, em desejando esta desmobilização do sistema religioso, encorajar e inserir cada seguidor de Jesus em projetos e processos na vida...e não na estrutura religiosa?
Não é o caso???...


Você incluiria alguma proposta contundente? Acrescente aqui.
Sabendo disto, é razoável pensar na possibilidade de NÃO FAZER PARTE DESTE SISTEMA RELIGIOSO?
De que modo? Vamos abrir um fórum sério, responsável, radical sobre este assunto, mas, que saia do palco das reflexões e vá para o chão da vida.

Vamos encorajar a simplicidade.
Encontros pequenos.
Encontros informais.


Vamos encorajar o engajamento radical na sociedade.
O mundo precisa de seguidores de Jesus em todas as frentes, todos os dias, o dia todo em todos os lugares.

Carlos Bregantim
8 de fevereiro de 2009

2 comentários:

silas fiorotti disse...

Sim, é o caso. No Caminho vocês já sinalizam algumas propostas contundentes e sem nenhum "sinal do céu" (cf. Lc. 11.16-29).

Eu acho que vale a pena priorizar a leitura popular da Bíblia (enfatizada principalmente por Carlos Mesters) lembrando que "o objetivo principal da leitura da Bíblia não é interpretar a Bíblia, mas sim interpretar a vida com a ajuda da Bíblia".

Mesters diz também que "a Bíblia entra na vida do povo não pela porta da imposição autoritária, mas sim pela porta da experiência pessoal e comunitária. Ela se faz presente não como um livro que impõe uma doutrina de cima para baixo, mas como uma Boa Nova que revela a presença libertadora de Deus na vida e na luta do povo".

É o caso de organizarmos círculos bíblicos de leigos, cultos caseiros, aproximações em espaços públicos, pregações de rua, boicotes e protestos contra os mercadores da fé e suas gigantescas catedrais que tornam nossas metrópoles ainda mais caóticas, etc. Sim, pequenos encontros informais.

Obs: uma vez por mês rola uma aproximação despretensiosa de cristãos libertários e simpatizantes em frente ao Centro Cultural São Paulo - rua Vergueiro, 1000 - SP/SP - (as próximas serão 14/fevereiro e 28/março às 18h30).

Sanchez disse...

"... Que saia do palco das reflexões e vá para o chão da vida." - Excelente trecho - além do texto todo.
Enquanto lia oq escreveu, eu respondia para mim mesma: já faço isso,nunca gostei das tranqueiras gospel, já desisti da instituição e tenho me livrado de todo o engodo que aprendi ali dentro, retendo apenas oq é bom - e entenda esse bom como "oq não ser, oq não fazer e oq não seguir".
Hoje caminho com pessoas que tenho-os como meus próximos, amigos mais chegados que irmãos. Estamos alí, reunidos em uma cantina, ouvindo uns aos outros, meditando naquele livrinho que é vivo e eficaz, e vivendo e/ou tentando viver, aquilo que já sabemos e que ainda não conseguimos...estamos alí, atentos um para a dor do outro, querendo cura interior e em muitas outras coisas, querendo querer a cura...
Estamos vivos e na contra-mão! Graças a Deus.
Forte abraço!